terça-feira, 6 de setembro de 2011

2011: Um ano quase perdido...

(O Crack e o Extermínio da Juventude como espetáculo)

Já é Setembro! O ano caminha para o final. Dois mil e onze parece ter sido perdido para alguns temas. Apesar do alarde e sensacionalismo da mídia, o combate ás drogas no tocante á prevenção e até repressão ao tráfico, tem tudo para figurar entre os diversos temas que não progrediram neste ano. 

Não foram adotadas medidas eficazes que pudessem oferecer respostas para o drama dos viciados em crack e suas famílias. Desintoxicação e melhoria na qualidade de vida dos atingidos pelas drogas, nem se quer entraram em pauta nos governos e casas legislativas de nosso estado e País (pelo menos, não de forma eficaz, democrática e com a urgência necessária). 

E como se não bastasse, parecem ter razão os que afirmam: “Nada é tão ruim que não possa piorar”.  No Ceará essa afirmação se faz justificar quando a aplicamos na programação local das emissoras de televisão. 

Uma dessas TVs oportunistas de Fortaleza, achando pouco a panaceia que monta em torno dos dramas da população pobre de nosso estado, agora criou um “quadro” no qual persegue como a animais, pessoas viciadas, a fim de capturá-las e interná-las á força. Tudo isso filmado e transmitido como espetáculo para a população e comunicado como uma ação humanista e social de um dos mais sensacionalistas e desrespeitosos programas televisivos da história da TV do Ceará.

E o “show de horrores” por si só, não vai parar. Pois rende audiência e votos. Esse “circo macabro” já elegeu vereadores, deputados estaduais e federais e está entre os líderes de audiência e venda de publicidade.

Diante disso tudo, não há como não responsabilizar os governos e parlamentos . A meu ver, cabe aos governantes apontar soluções para os dramas que afligem aos jovens e suas famílias atingidas pelo tráfico e consumo de drogas. Aos parlamentos cabe criar leis que protejam a população da irresponsabilidade e ganância por audiência de apresentadores, repórteres e redatores desses “espetáculos vis”.

Mas também tem nossa parte como cidadãos e telespectadores. Devemos denunciar e até boicotar essas emissoras. 

Também é preciso que cobremos do Governo e principalmente dos órgãos de juventude (Coordenadorias e Secretaria Nacional) que entrem nessa discussão e apresentem propostas e tecnologias para resolver esses problemas.

A menos de quatro messes para o final de dois mil e onze, é perceptível que estamos perdendo mais um ano. Enquanto o tráfico, o vício e o extermínio dos jovens “avançam á passos largos” sobre a sociedade indefesa e abandonada nas mãos dos redatores e apresentadores de programas sensacionalistas de TV que em 2012 (ano de eleição) podem estar se tornando ou se confirmando como parlamentares e quem sabe até gestores públicos. E assim, perpetuando esse ciclo perverso.



Johnson Sales
Consultor da Embaixada Social – Membro do Conselheiro Administrativo dos CUCAs da Prefeitura de Fortaleza e Membro fundador do Movimento Hip Hop Organizado (MH2O).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria e participe ativamente do dia a dia da maior Organização de Hip Hop do Brasil