sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Matéria do Blog do MH2O Rio Grande do Norte - Conheça

RAP como Militância


O rap é uma das formas expressivas do hip-hop, cujas origens remontam a meados da década de 1970, associadas aos "deslocamentos sociais e mudanças estruturais, definidores do clima urbano do sul do Bronx - uma das mais pobres comunidades de Nova York e da nação”, que enfrentava, na época, um forte "isolamento social, fragilidade econômica, meios de comunicação truncados e um encolhimento das organizações de serviço". Embora vinculado às tradições culturais negras, o rap também foi influenciado pela música caribenha de origem africana e consiste numa forma musical na qual um texto é recitado enquanto é acompanhado por uma batida rítmica de baixo ou percussão.
Dentro do rap existem duas atividades distintas: uma primeira, executada pelo MC (mestre de cerimônia), consiste em recitar um texto de forma rápida e incisiva. A segunda, executada pelo DJ (disk-jockey), consiste em manusear o equipamento de som, produzindo a base musical para os rappers cantarem e os dançarinos de break dançarem. Esse formato, que separa em duas pessoas essas atividades, fixou-se a partir do final dos anos de 1980. O MC e o DJ são, assim, dois artistas que dividem o mesmo palco.
A política pode ser encontrada em duas dimensões do rap. Por um lado, a participação do DJ vai além da simples produção de um arquivo musical, da organização da ordem de saída das músicas e seu encadeamento, na medida em que ele se apropria de sons produzidos por outros (música ou textos) e os expõe como algo novo por meio de uma técnica denominada sampling, que consiste em misturar duas ou mais canções, trechos de discursos a canções, sem se dispor a pagar pelos direitos autorais das obras utilizadas. Por outro lado, o MC apresenta textos que, em certos casos, têm forte conteúdo político, tornando possível definir o rap, como um tipo de "música com mensagem".
O rap com mensagem propriamente "política" se consolidou em meados dos anos de 1980, com grupos da costa oeste dos Estados Unidos, como Boogie Down Productions e Public Enemy. Este último é considerado o mais representativo do gênero, concentrando em suas letras relatos e denúncias das injustiças sofridas pela comunidade negra nos Estados Unidos. O líder do grupo, Chuck D., tem uma história peculiar. Recebeu educação superior (college) e era filho de ativistas de movimentos dos anos de 1960.Além disso, havia participado de um programa de treinamento denominado Afro-american experience (Experiência afro-americana), dos Black Panthers. Após seu surgimento na cena artística, uma série de grupos o seguiu, estabelecendo essa versão do rap no centro da cena hip-hop norte-americana.

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